Archive for the ‘Social’ Category

O Haiti é Logo Ali!

Outubro 28, 2009
haiti

Crianças haitianas em seus melhores trajes, nos recebendo em sua Igreja.

Foi andando pelos imensos corredores do Aeroporto Internacional de Guarulhos, levando meu namorado ao portão internacional que tinha como destino final o Haiti, que pensei neste Post.

Estava me lembrando da minha visita à esta ilha, que por uma ironia do destino se encontra no Caribe, em agosto de 2007. Vieram a minha mente alguns rostos muito nítidos, os rostinhos das crianças que conhecemos e do contato tão rico que pude ter com elas.

Lembro-me de estar andando por um das vielas de Port-Au-Prince, numa tarde mais do que ensolarada, nosso caminho passava por uma escola, uma casa vazia e toda quebrada, os destroços das mesas e cadeiras na entrada pareciam fazer parte da decorção de tão fixos que eram, pareciam estar ali há anos. Também não pude evitar o sentimento de ser o centro das atenções, os olhinhos das crianças pareciam não entender minha cor, a cor dos meus cabelos, minhas roupas e outras coisas… Mas não precisei de muito auxílio para atravessar esta barreira. Com apenas algumas palavras (e um tradutor!!) consegui juntar um grupo de aproximadamente 3o crianças que estava perambulando pelas ruas.

Fiquei sem entender a facilidade com a qual conseguimos reuni-las na ali. Eu não tinha nada nas mãos, não estava distribuindo folhetos, brindes ou nada do tipo. Não estava cantando, nem o meu violão eu tinha comigo, e com certeza naquele calor e nas condições em que estava hospedada, também não foi a minha beleza que os atraiu.

Mas mesmo assim elas se juntaram e ficaram esperando, querendo saber quem eu era, o que eu tinha pra dividir, qualquer coisa. Queriam qualquer coisa. Ao juntá-las, contei-lhes uma história da bíblia que minha mãe me contou quando eu era criança. No final da história, ninguém parecia cansado, e os olhos ainda eram fundos e agora cheios de expressão, pareciam querer me contar mais e mais.

Foi muito difícil para mim esta viagem. O tempo não parecia ser nem perto de suficiente! Mais tarde naquele dia, brincamos junto com as crianças e eles passaram a tarde brincando na nossa porta, tão próximos e tão distantes. A minha história com aquelas crianças acabou naquela mesma semana, mas fico pensando como aquilo pareceu acrescentar tanto à minha vida, e também à delas.

Não sei dizer ao certo se foi neste dia que nasceu a minha paixão pela educação, mas posso sim contar que aqueles olhos são a grande motivação do meu empenho em relação ao entendimento pleno de uma prática pedagógica que marca, e traz esperança.

O Haiti é um país que sofre com os diferentes problemas causados pela miséria e pobreza. A água limpa é um luxo, comida é banana, a rua e o lixo se confundem e a carência não é de dinheiro, é de tudo. É um lugar cheio de pessoas na busca de uma esperança que os salve daquele enorme vazio econônomico e social. Só quem já esteve lá, pode descrever o que há e te faz querer voltar.

Algumas notícias sobre o Haiti:

“Segundo o Ministério da Saúde e da População haitiano, a duração média de vida dos habitantes do país é agora bastante mais alargada do que há 50 anos. As autoridades sanitárias de Port-au-Prince dizem que em 1950 a média de idade dos homens no Haiti era de 36 anos, enquanto hoje se eleva aos 50. As mulheres também passaram dos então 39 anos de média de vida para os actuais 56. Os dados sobre a alfabetização no país também são positivos e registam um nítido crescimento. Basta pensar que, ainda em 1950, os analfabetos constituíam 90 por cento da população, percentagem que desceu para os actuais 50 por cento.”

http://www.audacia.org/cgi-bin/quickregister/scripts/redirect.cgi?redirect=EEuyVZpAkyEvjBEiAc

“As crianças nascidas no Haiti têm maiores probabilidades de morrer durante a primeira infância do que em qualquer outro país do hemisfério Ocidental, segundo “A infância em perigo: Haiti”, um relatório lançado hoje pela UNICEF.

‘Há poucos lugares no mundo onde é mais difícil ter uma infância saudável do que no Haiti,” declarou Adriano González-Regueral, Representante da UNICEF no Haiti. “A percentagem de crianças da América Latina e Caraíbas que nasce no Haiti é de apenas 2%, porém, neste país morrem 19% das crianças menores de cinco anos de toda a região. É de longe a maior taxa de mortalidade de menores de cinco anos da região, com 117mortes por cada 1.000 nascimentos’.”

http://www.unicef.pt/artigo.php?mid=18101112&m=3&sid=1810111216

Coitado do Porco…

Agosto 14, 2009

Carlos (5 anos): Será que alguém pode me explicar como é que o porco fez isso na gente?

Mateus (5 anos): É nada João, porco não faz nada disso não, porco é sujo e a gente é quem come ele, depois reclama!

O processo de “volta as aulas” deste Segundo Semestre de 2009 foi prorrogado, e todos nós Porquinhosabemos bem desta parte, por conta da Gripe Suína ou melhor dizendo “gripe A (H1N1)”. Esta gripe é caracterizada pelos seguintes sintomas: dores no corpo, garganta inflamada, dor de cabeça, tosse, fraqueza, náusea, vómito e diarréia.

Enlouquecidos e desesperados, os pais de crianças de todas as faixas etárias e níveis de status social econômico seguram as crianças em casa consigo, esperando até o último minuto para entrar seus pequenos tesouros à Escola.

O que as pessoas ainda não notaram ainda, foi o fato de que esta gripe mata e causa tanto quanto a gripe normal que já conhecemos. O que estas pessoas também não se deram conta até este momento é que esta gripe só se torna letal no momento em que não pode ser tratada, o que não é o caso de nenhuma criança das muitas das escolas particulares que fecharam suas portas. SuinaO país deve se preocupar sim, mas deve se preocupar com as pessoas que não tem acesso ao tratamento, até mesmo de uma gripe comum, estas pessoas já estavam morrendo muito antes da “gripe suína”.

Será que precisamos de um novo vírus que inicialmente aprensentava-se de nova forma “ilegível” para descobrirmos a situação daqueles que não tem acesso a cura nem deste nem de nenhum outro vírus?

E o porco, coitado do porco, nada fez!

Bem Vindos ao Segundo Semestre de 2009, e que neste semestre as pessoas possam trazer seus filhos a Escola sem medo nem precauções!

Antes de Dormir

Junho 26, 2009

Quem será que nunca teve medo do escuro?

Quem tem medo de monstro?As vezes é uma fase que passa rápido, as vezes dura por tempos e tempos, mas falando de criança também podemos falar de medo! Medo do escuro, medo de monstros, medo de palhaços, medo de gente fantasiada, medo de estar sozinho… Epa! Acho que esse não é só das crianças não é mesmo?

Estive observando as minhas crianças durante este ultimo semestre e notei que cada uma delas além de suas particularidades, também apresenta seus próprios medos e inseguranças. Tentei observá-los mais de perto para perceber quais seriam os seus maiores medos. Enquanto uns se mostraram quase invencíveis, outros mergulham em desespero, cada um “na sua”, mas todos com algum medo!

FantasmaTer medo do escuro é algo normal, no escuro não podemos ver aquilo que nos cerca, o escuro é o palco do desespero dos desenhos animados, no escuro, normalmente não temos ninguém ao nosso lado quando finalmente chega a hora de dormir. Algumas crianças não suportam o escuro, outras vão acostumando-se aos poucos e outras já nem se abalam mais.

Alguns pais contam histórias, outros conversam um pouco, cada um com seu método, mas todos já tiveram que driblar a hora de dormir!

Até mesmo nós, adultos bem estruturados e já resolvidos temos que enfrentar os nossos medos. Não são só as crianças que tem medo de estar sozinhas! Nós enfrentamos o medo de perder amigos em novas fases da vida, medo de não sermos aceitos por outros, medo de perdermos quem amamos, medo de arriscar o que temos ou o medo, simplesmente o medo.

MedoO medo é algo que paralisa, por medo de sentir, fazer, ver ou saber de alguma coisa, nós evitamos a ação e ficamos no mesmo lugar (que nos parece tão seguro algumas vezes) e quando não fazemos nada também não sentimos as coisas boas como o prazer de vencer, de ganhar, de gostar, de amar e até mesmo de perder.

Não podemos ensinar nossas crianças a agirem com medo, precisamos que saibam que apesar de qualquer risco é fundamental que enfrentemos os nossos próprios medos, para viver e viver em paz.

Ter medo faz parte da vida, enfrentá-los faz parte do crescimento natural e fundamental das coisas e superá-los nos faz mais fortes.

Ô Manhê!

Maio 5, 2009

Ela lava, passa, cozinha, limpa, compra, arruma, organiza e não se esquece dos detalhes que nós tanto amamos.mae Que bom que ela existe… Está chegando o dia das mães.

Não é preciso discutir méritos ou qualidades, mãe é mãe! Seja ela quem for, como for e onde estiver é e sempre será alguém que tem um grande poder de influência sobre nossas vidas,  o que pode ser bom e ruim em alguns momentos, mas nestes próximos dias vamos pensar nos bons!

Essa pessoa tão especial merece, com certeza, a nossa atenção redobrada no “Dia das Mães” que esta chegando, no próximo domingo, dia 10 de Maio.

Consigo perceber em minha experiência pedagógica que estar perto ou longe da mãe significa muitas coisas para a formação de uma criança. Existe uma fase da vida onde ainda pequena a criança entende que a mãe ainda é parte de si, ou que ela ainda é parte da mãe. Como é dificil para uma criança de 2 ou 3 anos entender essa separação. Segundo Freud a criança passa por um processo de quebra de vínculos quando começa a desligar-se da mãe, que afinal de contas era presuposto de vida, dentro de seu útero e também nos primeiro anos de vida fora dele. É um processo dolorido e fundamental na vida de uma criança o processo de separação entre ela e a mãe, pois começa a partir daí a se enxergar como ser e criar sua própria personalidade, segurança e atuação como cidadão.

Fui visitar o Museu Lasar Segall nesse fim de semana, dia 03 de maio, e participei da programação das Histórias de Jardim. Assisti algumas “mamães” com seus “filhotes” alí. Que tempo bom!
O Museu Lasar Segall oferece Oficinas de Arte para toda a família, onde as crianças interagem com o conto que acabaram de conhecer alí. É uma ótima opção para o fim de semana do dia das mães!

Sou muito grata pela vida da minha mãe e me lembro muito bem das coisas que ela me ensinou! Que bom que ela existe! Que bom que me trouxe para a existência!

Para quem quer fuçar mais: www.museusegall.org.br

Pequenos Escravos

Abril 29, 2009

Vivemos em tempos em que nossas crianças estão vivendo como pequenos adultos. A criança que hoje se encontra no período considerado como Infância esta experimentando um encurtamento desta fase de vida que deveria ser protegida e prazerosa.

Se em um lado temos a criança que está no campo que não consegue encontrar tempo para brincar entre o trabalho e a escola, do outro, na cidade lidamos com pequenos que independentemente da classe social correm em função da produção do trabalho.

balletOs mais privilegiados estão na luta para manter aquilo que foi conquistado pelos pais, que por sua vez querem criar pessoas prontas para a realidade, que lutam, que competem e principalmente: que ganham! São crianças que se perdem entre o futebol, natação, ballet, judô e as vezes não encontram tempo para brincar.

As crianças de rua ou moradores de favela estão correndo para lá e para cá, pulando de um canto para o outro tentar ganhar algum dinheiro. trabalho-infantilCatando lixo na rua ou trabalhando para os pais também não encontram tempo ou importância para a escola, sem contar com o agravante da violência e das drogas que oferecem uma aparência de “facilitadores” dentro desse desespero de viver para sobreviver.

Os mundos são opostos, mas correm em função dos mesmos elementos. As crianças são diferentes, mas são todas crianças. Ser criança não significa ter infância.

Sobre Infância Interrompida: http://revistaeducacao.uol.com.br/textos.asp?codigo=10031

Para ler:

http://www.livrariacultura.com.br/scripts/cultura/resenha/resenha.asp?nitem=2745101&sid=2291961871142943050254974&k5=37C679F5&uid=

Primeiros Passos

Março 21, 2009

Olá, seja bem-vindo!

Meu nome é Aline, sou estudante de Pedagogia e estou começando este site com a intenção de trazer neste espaço um pouco mais sobre livros, filmes, poesias, artesenatos e materiais em geral que se relacionem à Educação Infantil.

Já trabalhei e tive algumas expêriencias  com crianças na faixa etária de 2 à 7 anos de idade em diferentes contextos nacionais e internacionais.  Aos 14 comecei a ajudar na Igreja Batista do Morumbi, com a formação de um pequeno grupo de meninas de 7 anos e desde então venho experimentando trabalhar com crianças de diferentes formações culturais e classes sociais.

Em 2005 pude conhcer a Irlanda do Norte   e República da Irlanda, onde realizamos um Kids Camp, desenvolvendo diferentes tipos de recreação e atividades de interação com crianças na faixa etária de 5 à 12 anos.
 
Em 2006, nos Estados Unidos, tive a chance de trabalhar como Story Teller, com uma fantasia de palhaço rosa, cheia de bolinhas e algumas piadas, pude dar palestras infantis em escolas e igrejas.

Em 2008 tive a chance de iniciar minha atuação na educação. Ensinei uma classe de Estórias Bíblicas com 60 crianças de 6 à 12 anos também nos Estados Unidos, na escola Christian Life Academy.

Também tive a chance de fazer uma breve visita à República do Haiti, onde pude conhecer a miserável situação de formação das crianças em qualquer faixa etária e comprar minha briga em relação à Educação.

Espero que neste espaço você també se sinta a vontade para contar a sua história e dividir suas expêriancias.

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EUA - 2008


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EUA - 2006


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Haiti -2007

 

 

 

 

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Irlanda - 2005

 

Um abraço!